sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

dicionário

a única palavra que me lembro em checo é "milenci", que significa "amantes" e que aprendi na exposição do Kampa Museum.

preta, pretinha e futebol... a simplicidade da vida neste momento

meu mundo é hoje

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

para o bem e para o mal. without plans.

não vale a pena planear. para o bem e para o mal, normalmente sai tudo ao contrário. irei à festa, sem máscara e sem presente, mas com um sorriso fantástico apesar do cansaço, só porque não gosto do natal, mas também nem sempre gosto de trabalhar mil horas por dia... e agora, fujo do computador. a noite.. ai a noite. ave cruz, virgem crispim, não tem dó de mim.
vou a cantar essa musiquinha.

sábado, 20 de dezembro de 2008

scout niblett & bonnie 'prince' billy

ir ou não ir, eis a questão.

hoje entreguei-me a mim, depois de várias chamadas de atenção interiores. às vezes estamos tão entretidos a viver tudo no limite que nos deixamos de ouvir. ainda bem que esta manhã aconteceu e me disse para olhar por mim e para mim, porque me estava a desfocar daquilo que procuro. Saí de casa para ir almoçar com a minha avó e subi até à Graça de eléctrico, comprei-lhe uma flor e fui no caminho a tentar ouvir a resposta: o que me está a puxar para norte e o que me está a prender aqui? Decidi ouvir o vento e tentar encontrar uma resposta que até parece simples: ir ou não ir ao Porto esta noite? A questão era mais complexa do que os simples aspectos de "produção" que poderiam ser resolvidos facilmente. porque raio tinha andado tanto tempo a falar de ir ao Porto este fim de semana e porque é que algo me dizia: fica?
passeei pela Graça, depois de almoço, sozinha, num espaço que me é tão familiar ou não tivesse crescido ali. as primeiras memórias de criança são daquele bairro lisboeta. A proximidade à idade em que somos mais fiéis a nós próprios ajudou-me a perceber que tudo está em nós. percebi que tinha de ficar. 

scout niblett

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

som vindo mesmo do fundo das minhas memórias musicais

true love waits

a vida do Poço dos Negros


hoje tive o prazer de chegar a casa e a minha rua tinha ainda mais vida. eu acho que ela já tem vida e luz, mas hoje com o evento ManPower que se instalou de malas e bagagens nos sítios do bairro ficou ainda mais iluminada. 
e que bonita a imagem do homem vestido de árvore natal que chora e chora sem parar, porque o natal também é solidão para tantas pessoas; e os mundos coloridos de supernova que nos deixam ser por um pouco o criador e viver num universo só nosso. valeu a iniciativa. 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

hoje estou saudosista, mas focada naquilo que é importante agora.

lavei camisolas de lã e sequei-as. prontas novamente para usar numa outra viagem ao frio. cá não as uso muito. ouço ben harper e trabalho. focus.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

vou deixar fluir, marinar e entretanto cozinho já isto

Sinto-me diferente. Em mudança mesmo. Todo um corropio de sentimentos, mas com os quais começo a saber lidar, pelo menos não me angustiam como antes. O regresso à cidade (não que não tenha passado tempo noutros lugares também denominados de cidades, mas a cidade enquanto lugar de rotina, de desenvolvimento social e profissional como o é Lisboa neste momento para mim) mexe sempre comigo. O retorno a estas coisas habituais da minha vida quotidiana foi tranquilo, dentro da tranquilidade possível, por estar a aprender a ouvir o meu corpo. Ouvir-me é o caminho para conseguir estar bem comigo. 
A casa volta a ser um espaço de conforto e o trabalho um lugar onde posso extravasar enquanto indivíduo social e onde existe aprendizagem e partilha, pelo menos na minha forma de o ver actualmente. Claro que existe rotina, claro que existem obstáculos a esta vontade de aprender e que nos atiram para caminhos que nos foram ensinados como normais, mas essa normalidade poderá ser rompida pela forma como a aceitamos, ou rejeitamos, pelo menos dentro de nós, mesmo que para os outros seja entendido como enquadrado na normalidade. 
Existem projectos pessoais por terminar, para me poder libertar de algumas amarras que já me prendem mais do que me realizam, para poder partir para outras coisas que já fazem parte de listas de coisas que quero muito fazer. É nisso que me foco agora, deixo a marinar um pouco em gengibre aquilo que quero fazer depois e cozinho já aquilo que sei que quero terminar. E no meio deste rodopio de decisões, vou-me descobrindo, vou-me ouvindo e deixo fluir os sentidos. 
Vou deixar crescer mais o cabelo, que agora me incomoda quando o vento sopra demasiado, pensando já no verão que chegará e que me permitirá sentir os caracóis secos ao sol nas minhas costas. E ouço música que trouxe dessa viagem. 

London with you.

Apenas uma música para falar dos últimos dias em Londres.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

London, sweet London


(12.12.2008) Continuo a passear por Londres e a sentir a vida da cidade, a imaginar a vida aqui, a deixar-me levar pela música, a sentir apenas o frio e a ouvir o som dos meus próprios passos. De tarde entrei na National Portrait Gallery e vi uma das melhores exposições de fotografia de sempre. O trabalho de Annie Leibovitz é de facto extraordinário. Horas e horas a observar a sua arte. Uma das minhas tardes a entrar no top de melhores tardes. Deixo uma mítica fotografia sua. 
A noite avizinha-se. London, sweet London. Não me apetece voltar a casa e o regresso é já domingo. 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Londres: passeio instintivo

(11.12.2008) Saio para a rua cedo e é como se sempre tivesse vivido aqui. Não me apetece ver nada em especial. Só me apetece sair e aproveitar a energia. Caminho sem direcção, apenas sigo o instinto, as sensações que cada rua me vai transmitindo e vou andando, andando, andando. Páro para almoçar um arroz integral e curry de vegetais num tibetano e entrego-me ao meu livro. Sinto-me mesmo bem nesta cidade. Contiuno a caminhar e apenas páro em algumas lojas de discos porque o vício na música é mais forte e deixo-me guiar. Sigo em levitação pela cidade. O que vier, virá e eu estarei aqui para o receber. 

Praga - Londres

(10.12.2008) Estou cansada destes sonhos. Tenho de resolver-me para deixar de pensar neles. Afinal acordo e ainda aproveito o dia para passear antes de partir. Visita ao Kampa Museum, conversa com o Pedro, que é sempre boa e passagem numa casa que poderia ter sido a minha, tendo em conta a minha possível vida anterior. Talvez seja por isso que não consigo ficar muito tranquila aqui. Estou sempre agitada e meio angustiada, sempre a tentar contrariar este sentimento e com vontade de estar sozinha.
Saio para Londres, algum receio do que vou encontrar, do que vai ser, mas é um desconhecido apetecível.

A chegada a Londres é conturbada. O metro já saiu. Não sei onde estou, mas não me preocupo muito com isso. Estou calma e bem. Sinto-me incrivelmente em casa. Um banho que me soube pela vida e volto a encontrar-me. Dormirei. 

Quem fui?

(9.12.2008) Sol. O dia está com uma luz nova. Sairei cedo para passear. Novas visões da cidade. Inevitavelmente, encontro a minha imagem. Acho que vivi aqui, em Praga, em 1900. Klint pintou-me e alguém me fotografou. Estou aqui, Numa fotografia de grupo, numa sinagoga, entre judeus. Estou aqui.
Converso mais um pouco, sobre música, numa loja muito pequena e compro música. Não consigo evitar. Parto amanhã para Londres. Estou pronta.

Encontro com a música

(8.12.2008) O dia está escuro. Hoje sairei com o Pedro para o outro lado do rio e passaremos tempo juntos. Fui presenteada com outro momento de encontro com a música, que mais uma vez fez sentido. 

Silêncio em Praga

(7.12.2008) Hoje acordei com vontade de estar em silêncio. Chiu... Passeio pela parte velha da cidade, que é bastante mais interessante que o resto. Quebra. (Detesto quando me interrompem enquanto escrevo). Percebo que a irritação não vem só daí. Sinto-me mal com esta situação. As pessoas querem fazer coisas, ou pensam que querem fazer, mas depois não sabem lidar com elas. Desejo íntimo de ir para Londres rapidamente, mas será que não estou bem aqui ou estou só a fugir de alguma coisa? Preciso de estar comigo, só isso, sozinha, em paz. Só quero um pouco de silêncio. No café Savoi encontro pela primeira vez, nesta viagem, uma música bonita. Os candeeiros são lindos. Brilhos e sombras na minha Blueberry pie. 

Mais tarde entro numa loja e encontro a voz do Chet Baker. Converso com o dono da loja, que me acaba por quase oferecer o cd. Trago-o. É o único na loja, acabou de o comprar, alguém o quis vender e passado uns minutos entro e compro-o. Faz todo o sentido. Só o ouvirei quando deixar a cidade. Perco-me nas ruas de Praga, em silêncio, novamente. Necessidades de alguém que se procura e se encontra assim, em silêncio. Momentos. 

Krivoklát - necessidade de deixar a urbe

(6.12.2008) Sair da cidade. Deixar a urbe e procurar outras coisas. Sigo um pouco para sul. As pessoas têm um ar mais calmo, mas também mais pesado. A viagem de comboio é muito bonita. Diferente de todas as paisagens que já vi até agora. Passa de campos secos para o rio em segundos. E o som do comboio que segue pela linha... este momento é único. Não consigo perceber porquê, mas aquela mulher, que vai sentada mesmo diante de mim, e o gato que leva dentro do casaco passam-me uma nova energia. Fico a maior parte da viagem a senti-lo. 
Encontro a calma fora da cidade. Regresso e à noite rio que nem uma perdida. É boa a amizade do Pedro, respeito mútuo. E no sonho surge a voz daquele velhinho que mexe tanto comigo. 

Tempos cruzados em Praga

(5.12.2008) Ontem cheguei a Praga já muito tarde. Não vi nada da cidade, uma vez que estou hospedada em casa do Eduard, que é num centro de pesquisa de ciências fora do centro. O sítio é suburbano, mas calmo e há uma quantidade inóspita de pássaros e até lebres. Acaba por ser bonito. O Pedruxo está cá também. Memórias de Milão, mas só pelas pessoas. Há coisas que têm realmente o seu tempo para acontecer. Esse beijo era uma delas e agora não faz sentido, não porque há outras pessoas, mas porque não faz nenhum sentido, não o queria. Não o quero e por isso tive de o parar, ser fiel a mim mesma. Não quero e não faço. 
Praga é uma cidade grande. Quero aquela energia. Tento não me irritar muito com o sucedido. 

Amsterdão - Praga

(4.12.2008) É incrível a forma como amo a minha irmã. Quando ela chorava, enquanto bebíamos um expresso (o café fumegava e as suas lágrimas caíam), o meu coração ía ficando cada vez mais pequenino. Quando dos seus lábios saiu: "Mana, não vás...", fiquei sem chão. Cai tudo por terra quando alguém que amas brutalmente te pede para ficar. Acalmei-a e dei-lhe tantos beijos quantos consegui, dei-lhe um abraço envolvente e fomos passear por Amsterdão. Nevou muito nesse dia. O frio da neve cortava-me a pele, como aquele momento de manhã me tinha cortado a alma. Caminhámos, fizemos uma refeição decente, rimo-nos e passeámos uma vez mais pelos canais. 
Às 18 horas estava de novo de partida. Comboio, avião. Mais uma vez no aeroporto. Deixo a pequenina e a mana (que também vejo como pequenina) e abraço-as. Vão-se aguentar. Tenho a certeza. A viagem serviu muitos objectivos e serviu também uma nova aproximação à minha irmã, um novo ângulo na relação. Parto rumo a Praga, uma cidade que, por enquanto, não me diz nada. Só existe a curiosidade do próprio espaço, do lugar, e de reencontrar amigos e pessoas. A ver. Há que gerir as expectativas.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A cidade das bicicletas

(03.12.2008) Acordar e seguir rumo ao centro. Primeiro pensamento do dia ao olhar pela janela com um sorriso: incrível, o sol brilha tímido, a derreter a neve que repousa sobre os passeios. Vou arranjar uma bicicleta e passear como se não houvesse amanhã. Compro maçãs vermelhas a um senhor pouco simpático perto da estação de comboios e penso: nada me vai chatear hoje.
Amsterdão de bicicleta é ainda mais bonita que a pé. Vagueio pelos canais até chegar à praça dos museus. Decido rever o RIJKS, porque quando lá fui era minúscula e não me lembro bem, mas apesar da importância histórica dos pintores aqui expostos, saio vazia. As salas cheias de quadros não me comunicaram nada de novo e nada que fizesse sentido. Apanho um café e um muffin de amora (uau. poderia rapidamente ficar viciada) e enrolo um cigarro. Decido voltar ao Van Gogh Museum e no caminho descubro uma escola com uma "macaca" com 1o números em vez de 7. Fico espantada e tento um. Lembranças de infância. Um jovem holandês diz que são 1o porque eles são grandes. Talvez faça sentido. A última vez que fui a este museu adorei. E lembro-me de tudo, mas apetece-me regressar e ficar a olhar uma vez mais a genialidade deste homem. 
Uma das coisas que reparei hoje foi o facto de muitas destas casas acolhedoras serem escritórios. E só penso: eles são inteligentes. A qualidade de vida deve melhorar brutalmente a trabalhar aqui.. e penso nas torres cheias de open spaces onde trabalhamos, com vista para o eixo norte-sul. Why? 
No regresso a casa passo pela casa de Anne Frank e perco-me uma vez mais nos canais desta cidade, de bicicleta. Acho que grande parte da magia desta cidade vem destes veículos. Lembro-me do Paulo e das suas teorias-práticas. Lisboa seria ainda mais bonita com mais bicicletas a perderem-se pelas ruas. Cozinhei para as "crianças" e depois refugiei-me em mim e na escrita. A música faz-me falta quando escrevo e agora não resisto e ouço umas quantas enquanto lanço palavras ao vento. 
Só preciso de ser fiel a mim. Cada vez estou mais certa disto. 

Momento em Amsterdão

(02.12.2008) O que gosto mais aqui são as casas. Têm sempre um ar tão acolhedor e bonito, ao olhar as luzes pelas janelas que ecoam pelas ruas apetece-me conhecer e conversar com as pessoas que escolheram aqueles objectos, que vivem ali. Andei, andei, andei.. sinto a falta da música, mas talvez seja porque tenho pensado nisso, ou porque a música que tem surgido dentro dos sítios não é boa, porque, por outro lado, a da cidade agrada-me. Estou a dormir em Overveen, um sítio pacato a alguns km de Amsterdão. Passeei de manhã por Haarlem, perto de onde estou e depois parti para o centro. A cidade funciona, pelo menos neste momento, para mim, por ruas. Cada uma tem uma energia diferente e vou-me deixando levar. Nevou enquanto bebia um copo de vinho num restaurante colado a um dos dois únicos canais em Amsterdão que são como Veneza, por não terem ruas a rodeá-los. Momento de beleza inexplicável. 

Lisboa - Amsterdão

(01.12.2008) segunda-feira parti de Lisboa. Primeira paragem: Amsterdão. É inverno e partimos. Podíamos ir para o frio ou para o quente. Se fossemos andorinhas já teríamos partido; mas não vamos à procura do calor. Vamos à procura de quê? Eu acho que apenas vou, sem procurar nada específico, não tenho expectativas específicas, só a de me sentir. 
Fechar a mala será sempre uma aventura, talvez porque tem a ver com escolhas; se bem que no caso da mala não têm grandes implicações. Talvez não seja preciso este casaco preto, não o levo. Lá fora está escuro, apesar de ser quase meio-dia. O inverno instalou-se em Lisboa e parece ter chegado para ficar. Os seus lábios... Escolho-os. As ruas ficam molhadas e as luzes dos carros mais acesas. O inverno vê-se nos sapatos das pessoas.
Os aeroportos são lugares de passagem, de encontro e desencontro, de despedida e de reencontros. As histórias correm pelos longos corredores e nós corremos para a porta de embarque. Somos as últimas. Parto nesta viagem, primeiro acompanhada pelas meninas Catarinas. Elas têm o brilho nos olhos, pela curiosidade da viagem. É bonito. Rumo a Amsterdão. Nesta viagem parto sem música. Apenas com aquela que está na minha cabeça, os sons unir-se-ão às imagens ao longo do percurso.

sábado, 29 de novembro de 2008

sweet

Adormecer com a chuva a bater forte nas janelas da casa e acordar com um sol tímido a entrar pelos lençóis da minha cama. saturday, sweet saturday. acordei com o "sweet valentine" na boca, canto baixinho a caminho do banho. estou de férias, embora ainda não o sinta a 100%. 

terça-feira, 25 de novembro de 2008

eu hoje

ouço Tony Scott e entrego-me a mim. viajarei em breve. resolvo-me e encontro-me.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

domingo, 23 de novembro de 2008

pensamentos vagos

"às vezes a terra treme e as casas caiem ao chão". às vezes, depois de avalanches de emoções, preciso de parar e olhar para dentro, quando passo muitos dias a receber inputs de pessoas, de coisas, de momentos e a partilhar, em movimentos muito sociais. dou tudo, tantas vezes dou tudo o que tenho, mas também é bom quando alguém cuida de ti. quando precisas só de partilhar tudo aquilo que te vai na cabeça.
a conversa de ontem mexeu comigo, dormi mal, mas estou calma. se foi assim foi porque tinha de ser assim. sonhei com coisas esquisitas. há espaço para todos e se não houver não me cobrem isso, é porque às vezes fecho. às vezes não acredito, outras dou tudo. deixem-me apenas ser. e quando precisar que cuides de mim.. se calhar não precisarei mais, se calhar é só uma coisa que continuo a achar que preciso, que cuidem de mim. não se atrase na volta, não?

merci

disseram-me para ouvir esta música e gostei muito dela, por isso: merci.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

o primeiro vídeo que vi da menina cat

gosto da voz deste senhor

calma matinal

ontem entreguei-me à leitura e acabei por adormecer. tenho tantas sensações. às vezes vivo mesmo disso, das sensações que determinadas coisas, cheiros, olhares me oferecem. dormi bem.. estou calma e bem. comigo. o sol brilha e aquece o frio nos ombros.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

sensações

a noite caiu há já umas horas. o inverno tem este dom, o de fazer anoitecer mais cedo. olho lá para fora, ainda trabalho. quer dizer agora escrevo. algumas madeixas caiem a tapar a minha cara e todos me dizem que tenho um sorriso traquinas hoje. talvez tenha mesmo acordado num universo diferente. fui ouvindo música, fui sentindo coisas diferentes à medida que o dia foi passando. senti o sol na cara, senti-o, senti que era importante o meu abraço para a menina gi, sentir, sentir. viver e deixar fluir.
depois também estimulei a racionalidade, trabalhei, escrevi, percebi que às vezes tenho de pousar os pés na areia, como se o mar fosse a emoção e a areia me trouxesse algum equílibrio e vim até à areia para sussurrar à minha alma que se acalme, que se descubra cada vez mais e, no entretanto, vou respirando o que me envolve, expulsando aquilo que não interessa, soprando-o para bem longe, sempre com a consciência de que, acima de tudo, me respeito e neste momento é isso que importa. respeitar aquilo que vou desejando, procurando.
mesmo assim há espaço para o outro, a forma como o deixo entrar é que é diferente. saudades de sensações nocturnas. é bom gostar. é bom sentir os seus lábios. é bom deitar-me numa cama enorme sozinha. é bom passear só com os meus pensamentos. pode parecer contraditório, mas não é. são só tempos diferentes e sentir que tenho tempo para os respirar e definir-me aos poucos. hoje, ninguém me consegue chatear e cada vez será mais difícil.

momentos

comer um gelado e ouvir esta música.. hoje a única coisa que me deixa um bocadinho menos contente é o facto de ter de trabalhar, estou com as emoções à flor da pele e o meu corpo só me puxa lá para fora. mas o meu sorriso mantém-se. apetece sair para o sol.

acordei a cantarolar...

o balão do joão sobe sobe pelo ar, é feliz o petiz a cantarolar...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

detesto este estado meio febril, meio esquisito..

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

já me esquecia de dizer. i've loved my birthday day.
hoje estreia. hoje friozinho na barriga e energia em palco. é tudo o que se precisa para uma boa noite. lá estaremos, todos na mesma sintonia.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

thanks peter

estou feliz

Acordar de manhã com o telefonema da avó mais bonita do mundo é algo único. chegar ao trabalho e ter um desenho da menina mais bonita que eu conheço a dizer: "A tia Ana é um amor, é especial e é bonita" já fez o dia valer tudo. A Alice é mesmo aliciante e faz de qualquer um a pessoa com o melhor sorriso do mundo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

susceptibilidades

Chego a casa, fecho a porta sobre o dia de hoje e pergunto-me quem terá inventado a celebração dos aniversários. Todos nos dão os parabéns e nos desejam o melhor, mas com que sentido? Quantos daqueles que o fazem te desejam realmente bem? E quantos daqueles que se esquecem te desejam o melhor? A verdade é que, porque está imposto socialmente ou porque todos temos os nossos momentos de egocentrismo, gostamos que todos se lembrem e que nos alimentem o ego artificialmente durante um dia inteiro. Mas para quê, com que objectivo? A mim este dia deixa-me sempre vulnerável.

the ride

Teatro, dança, concertos. Radar. A minha vida às vezes é quase como o slogan da rádio. Ensaios da peça que está quase aí a acontecer, “Random”, um espectáculo com portas que se abrem e se fecham, com pessoas que abanam as suas cabeças até não poder mais. E dançam. E fazemos coisas sem pensar e às vezes é mesmo isso.
Conversas bonitas e infindáveis. Pelo menos no sentido positivo do conceito “sem fim”. Encontros imediatos que preferíamos não ter e encontros inesperados que correm tão bem. Às vezes ter expectativas de coisas que não sabemos efectivamente como vão ser pode tornar-se em momentos realmente surpreendentes. Saké e Amsterdamer. Noite boa. Joan as police woman. She really rules, naquela sua atitude assumidamente descontraída.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

concerto de münchen


München na ZDB

Hoje, Sexta, 07 de Novembro às 23h

Entrada: 8 €

momento nostalgia

Hoje deu-me para aqui, para a nostalgia. Às vezes questiono-me como será possível no meio de tanta coisa, tanta agitação, tanta loucura, em que de repente estamos a trabalhar não sei quantas horas por dia, à hora de almoço conseguimos tratar de pendentes e a seguir ainda temos ensaios... e tanta coisa já planeada para o fim de semana e no meio ainda sou assolapada por um momento de "lamechice". lembro-me de milão e de tudo o que já passei com a laurinda, o lagartuxo e o saco de ossos.. ah ah!
tenho mesmo saudades vossas.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

a música da minha caixinha

o silêncio respira

o silêncio respira. as próprias palavras respiram. take my body, take my soul, take everything, but my experiences..
existem coisas que não têm mesmo explicação, às vezes acontecem só mesmo nos momentos certos, como se fossem forças da natureza a dizerem-nos que é por aqui. só pode ser por aqui.
se me perguntarem se tenho pena de perder as pessoas. sim, tenho, mas acima de tudo são escolhas, a não ser que a pessoa morra. aí nós não escolhemos, mas se duas pessoas decidem não estar ou se uma pessoa decide não estar com a outra, então de que devemos ter pena? apenas olho com alguma nostalgia. ultimamente tenho fechado muitos capítulos, caixas de música que não tocam mais, porque não fazem sentido. Mas na minha continua a tocar aquela música.
a vida é feita de momentos, as relações são o tempo que estão juntos, não o que não estão. se não acreditas nisso então para quê forçar? Porquê forçar algo em que não acreditamos? Neste momento só acredito em mim. Óptimo momento para parar, deixar o silêncio respirar e ouvir-me. Mesmo que um dia olhe para trás e sinta que perdi alguma coisa. Devo ganhar outras no entretanto. Sei é que tenho de seguir aquilo que sinto e deixar de me seguir pelo que os outros querem.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

domingo, 2 de novembro de 2008

a minha viagem

Esta foi uma semana de emoções fortes. todas as noites aconteceu alguma coisa de muito inesperada, que me abalou sempre, independentemente se para cima ou para baixo. vivi como se não houvesse amanhã, pelo menos até me ter permitido.
desde noites de dança e copos de alguma coisa que me fazia não pensar, até abraços sem fim e conversas que traziam à flor da pele as minhas susceptibilidades. ninguém disse que era fácil. mas podias ao menos ter-me deixado recuperar. digo eu.
talvez precise mesmo destes abanões de realidade. o fim de semana foi calmo. grande parte do tempo a dormir, a recuperar das noites perdidas (ou ganhas) da semana passada. a minha garganta diz-me que está frio e que ficaram muitas coisas por dizer. mas há momentos em que o silêncio é de facto um bom refúgio. Afinal as respostas estão todas em mim, só tenho de as descobrir. parto novamente na minha viagem.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

dias a correr depois de dias vagarosos. o inverno chegou.

noite, noite.
chego a casa depois de um dia a correr. a semana parece ela própria começar a correr: acordar, tomar banho, vestir, tomar o pequeno-almoço, maquilhagem, secar o cabelo. estou pronta. saio de sorriso na cara para o início de uma semana, ponho a música a tocar no carro e balanço até chegar ao trabalho. 
chego ao trabalho, pessoas mal dispostas, pessoas bem dispostas, uns sempre mais sorridentes que outros. Ponho música de novo, não me apetece conversar. café. essencial. a manhã passa a correr, tarde em reuniões, uma sopa ao almoço a correr e um café com a Gi, que sabe a pouco porque ela tem tanto para me dizer. o sol na esplanada faz brilhar ainda mais os olhos dela. devia conseguir convencer-te de que vai correr tudo bem. claro que vai. tenho a certeza. contigo só pode ser assim. a tarde a correr, reuniões, entre mails e conversas cruzadas já são quase 8 horas. saio.
chego à casa onde vivi tantos anos, janto a correr em casa da minha mãe. há poucas coisas que me animam como vê-la. vejo também  a minha irmã em cinco minutos, provo pela primeira vez frutas cristalizadas cobertas com chocolate. a minha mãe comprou, fazem-lhe lembrar a sua infância. eu, a minha mãe e o zé carlos tentamos descobrir as frutas através dos papéis coloridos. corro para o ensaio. 
chego ao ensaio. integra a personagem, fotografias, vejo o meu irmão. uns dizem que somos iguais, outros que não temos nada a ver. nunca percebi como podem divergir tanto as opiniões das pessoas. o olhar de cada um vê cada pormenor de forma única. ensaio, meia noite e meia, frio... chove um pouco, vou para casa, no caminho lembro-me que tenho mesmo de pôr o edredon na cama. está frio, a noite passada senti a tua falta. vou para casa. 
chego a casa. arrumo tudo, penso no que tenho para fazer amanhã. escrevo. apetece-me, mesmo que não diga nada de novo. senti que o dia foi a correr e que agora me apetece parar e escrever. o edredon já está na cama. azul, pelo menos esta semana é azul. deito-me e gozo o facto de estar sozinha. já tinha referido que gosto do inverno?
a semana avizinha-se a correr... mas pode ser que a chuva acalme os dias e que o sol espreite entre o frio do fim de outubro. já chegaram as castanhas assadas e os meninos a irem para a escola de galochas coloridas.  já reparaste que passei o dia a sair e a chegar a sítios? noite, noite. chega a hora de dormir. 

domingo, 26 de outubro de 2008

gostei muito do vídeo..

cereais de maçã e outras divagações

Chegaram os cereais da Kellogg's com sabor a maçã... às vezes contento-me com coisas tão pequenas. O sabor lembra-me as férias em Paris. Hoje fui ao supermercado porque os cereais tinham acabado e deparo-me com a chegada do novo sabor que já tinha tido o privilégio de provar na cidade da luz. Ainda há-de vir o de pêssego... Voltei a casa feliz e adormeci enquanto olhava a luz de Lisboa ao entardecer. Esta cidade tem momentos fantásticos. 
Amanhã podia ser domingo. Em vez de mudar a hora, mudava um dia inteiro. Quando chegasse a domingo, afinal era sábado outra vez.. isso é que era.. mas já que não há isso, ao menos que haja novos sabores de cereais... Acho que se tivesse de escolher uma coisa para comer até ao fim dos meus dias escolhia leite frio com cereais e fruta. 

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

esta voz deixa-me sem respiração.

CASAS - vamos estrear!



O teatroàparte está quase a estrear a peça. Farei a querida alemã.

CASAS
de Miguel Castro Caldas
encenação de Gonçalo Amorim


O grupo de teatro da ART - Teatroàparte apresenta uma Nova Peça em Novembro de 2008. No Auditório da Biblioteca Orlando Ribeiro em Telheiras.

Actuações a 14 Novembro 22h 15 Novembro 16h e 22h 21 Novembro 22h 22 Novembro 16h e 22h 28 Novembro 22h
29 Novembro 16h e 22h

Reservas e Informações 96 422 61 76
teatroaparte@sapo.pt

« As pessoas têm a mania que são donas de cães, de canários, de outras pessoas, de casas, e até da própria terra. Ponhamos os cães e os canários de lado, e vejamos como é que se comportam as pessoas com as casas. Depois a história é simples: a porteira trabalha para a madrasta e depois vem o príncipe, que é mais poderoso, expropria a madrasta e fica com a porteira. Mas como é que é depois da felicidade para sempre? Como é que são as histórias depois de acabarem as histórias? »[Miguel Castro Caldas]

O grupo Teatroàparte (com o nome Pó de Palco até 2003) foi fundado em Novembro de 1997 no âmbito das actividades lúdicas e culturais da Associação de Residentes de Telheiras (ART), mas rapidamente a sua gestão se tornou autónoma. Actualmente é constituído por cerca de 20 elementos activos. O grupo foi orientado por Susana Graça Oliveira (1997/1998), Fernando Ascenção (1998/1999), Rui Catarino (1999/2000), Pedro Carmo (2000-2004) e Jorge Parente (2005-2007). Desde Fevereiro de 2008 tem vindo a ser orientado por Gonçalo Amorim. O Teatroàparte está registado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial.


Grupo de teatro à parte

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Fim de dia, fim de noite

Ensaio. Chego a casa. Sorrio. Adiciono um blog. Têm de conhecer o projecto do Paulo. Entretanto tenho de ir dormir.. A minha cama azul espera-me.

coisas de que gosto...

Sabem o que gosto mesmo? Dos raios de sol no inverno e de uma chávena de café a fumegar. Também gosto muito desta música.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

it's not too late.

às vezes só quero mesmo estar sozinha.

não tem de ser necessariamente mau. é o que é. às vezes só quero ficar a ouvir Jeff Buckley e não ter ninguém à volta. às vezes isso chega-me para estar bem comigo.

domingo, 19 de outubro de 2008

o seu não veio. também não se pode ter tudo.

thievery corporation. i love to dance.

dancing to smile

às vezes só preciso de sair e dançar, dançar e libertar tudo. isso faz-me sentir viva, mais eu. hoje adormeço a sorrir, só pelo grande concerto. contento-me com isso.

sábado, 18 de outubro de 2008

meg stuart. maybe forever.

Empurra-me e puxa-me

Um processo de separação é quase sempre um processo violento, que nos prende e nos empurra de e para determinados estados emotivos. Uma separação nunca é fácil, mesmo quando parece fácil. São amarras que nunca deixam de estar, mesmo quando fingimos que não estão. Um processo de separação quando nutrimos ainda sentimentos fortes pela outra pessoa é ainda mais díficil. Se me dissesses: já não te amo, era tudo mais fácil, menos bonito, mas mais fácil, porque haveria um motivo para te odiar, para te esquecer. Assim, sinto só que falhámos, que fomos felizes e que nos perdemos em determinado momento. Passada a fase em que todos os que te rodeiam se preocupam contigo, vinda a fase em que gozas os teus momentos de libertação, parece que há dias em que te tiram o tapete do chão, em que te continuas a lembrar de todos os pormenores, em que as coisas mais estúpidas te fazem rir sozinha, e de repente a angústia desse momento chega e invade-te o estômago, faz-te chorar de dor e faz com que sintas vontade de vomitar, tal é o turbilhão de emoções que estás a sentir mesmo no teu centro. Todos aqueles clichés de que alguém te falou, das músicas, da escova de dentes, da tua camisola preferida, que ainda está cá em casa, todos esses acontecem em algum dia, em que por alguma razão estás mais frágil, e parece que és uma criança a quem disseram que não podia comer mais doces. A analogia até pode parecer estúpida, mas quando somos crianças até podemos achar que nos estão a fazer sofrer tanto... só porque não podemos brincar mais e temos de ir dormir, que se assemelha, apesar de serem universos diferentes.
Às vezes pergunto-me se é este o caminho, uns dias ando feliz, outros não, mas quase todos me lembro de ti. A questão é que não quero mais aquilo que tinhamos, não quero isso para mim, não quero mesmo. E tenho medo. Às vezes acho que nunca vou saber lidar com este conflito. Talvez a afonia venha de tudo isto que tenho para te dizer. Sinais do universo. Yes, i'm sad.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

dias de chuva e sol.

Confesso que tenho um fascínio por dias de chuva. Aqueles em que de repente chega o sol, entre nuvéns, e parece que ouço sempre uma canção de elliot smith. "Everything reminds me of her".. Hoje aconteceu-me isso à hora de almoço, quando saí para um café, praticamente em silêncio, dada a rouquidão com que acordei esta manhã. Talvez durante a noite tenha tido um sonho e falado, falado, falado até não poder mais, ou talvez seja apenas o meu corpo a avisar-me da necessidade de comunicar. Chá de cascas de cebola e gengibre e uma boa noite de sono... ou umas horas pelo menos.
Por acaso lembro-me perfeitamente da tarde em que o João me emprestou o "Figure 8" do Elliot Smith e o ouvi no meu quarto, ainda em casa da minha mãe, com o sol a entrar pelo quarto durante toda a tarde. E era inverno, talvez seja daí que vem esta memória auditivo-sensorial das tardes de inverno. Na altura andava na faculdade e estudava em cima da cama, às vezes deixava-me adormecer com os raios de sol a baterem na minha cara..

sábado, 11 de outubro de 2008

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

limbo de emoções



Passo por tantos estados ao longo do dia que, às vezes quando chego a casa me apetece reflectir. Às vezes são coisas tão díspares que perco a noção do tempo e penso que aconteceram em dias diferentes. Não acho que seja uma coisa só minha, acho que recebemos tantos inputs, tanta informação diariamente que acabamos por nos ir sentindo diferentes quase em cada momento do dia.
Hoje, por exemplo: acordar, sentir que devia ficar em casa na cama, a ver se me curava desta constipação. Não fico, tenho de ir trabalhar. Na minha cabeça vejo todos os assuntos pendentes, quase em post-it's, as coisas para fazer, olho lá para fora e levanto-me. Tomar banho, chegar ao trabalho, beber café, acordar. As coisas para fazer parecem não parar de aparecer. Sempre mais uma. Irritação, cansaço, nervoseira. Almoço uma salada e bebo outro café. Converso com uma amiga. Adoro o seu sorriso. Volto à rotina, lufa-lufa, mais coisas para fazer, outras já feitas. Começo a sentir demasiada acelaração. Páro. Penso e digo a mim mesma: "sem merdas, não vais entrar em stress, planeia, organiza, começa a fazer. Respira". Momento de pânico ultrapassado. Rio. Tusso. Rio de novo. Fico em silêncio, concentro-me, alimento-me. Preciso de açucar. Há anos que não comia um buonty.
Volto ao trabalho, ouço música e por vezes sorrio. Danço com os pés e os ombros enquanto penso num simulador, num site de pontos, cartões, tenho de fazer uma entrevista para a semana. Quem vou escolher? Tenho de planear o que vou fazer sobre o Doc Lisboa e o Temps d'Images. Post-it's fotográficos. Hoje tenho o concerto de Noa. Não me apetece ir, acho que não gosto. devia ir. Já tenho o convite e não gosto de não aparecer quando disse que sim. Hum... será que a minha irmã quer ir por mim? telefonema puxa telefonema. Não tenho companhia. Não sei se vou, já decido. Planeamento da equipa para a próxima semana, destaques, comunicação. Imagens. Tenho tudo a andar. Telefonema: a minha orientadora já deixou a tese na recepção da faculdade. Tenho de a ir lá buscar ainda hoje. Há algumas alterações. Merda. Isto nunca mais acaba. Vou desistir. Angústia. O processo criativo, o processo de escrita e de investigação às vezes consegue ser verdadeiramente frustrante. Calma, ainda nem viste as alterações. Vou desistir. Estou a fazer isto porquê? Deixo cair o pensamento e volto ao trabalho. Adoro esta música. Ex-Wife. Embalo, concentro-me. Falo com a minha mãe passado umas horas ( "Tenho muitas coisas, este fim de semana não vou aí.").
8 da noite, tenho de sair. Vou à faculdade e apanho o trabalho revisto para começar no fim de semana. Se ficar muito deprimida salto o concerto, se não vou sozinha e logo vejo se gosto ou não. pego no texto, olho para as notas feitas pela professora. Primeiro pensamento: Vou mesmo desistir. Suspiro. Ponho música bem alto no carro. Abro a janela e ponho o cachecol. Dói-me a garganta. Olho para o documento e penso: vou fazer isto. Não me vais vencer. Vou superar as expectativas. As minhas. Conduzo até ao CCB. Concerto: sono, frio, ela tem uma voz incrível, às vezes é muito bom, às vezes só me apetece fugir, sinto que não é natural. Há coisas que não fazem sentido. Gostei de momentos, não do todo. Ela é boa naquilo que faz. Eu não me identifico. Vou ter uma sobrinha. Vai ter o meu nome. Ana.
Rumo a casa. Tomo um banho. Encontro-me comigo mesma. Como uvas frescas depois de pôr creme no corpo. Adoro estes momentos. Sorrio. Visto algo confortável e começo a escrever. Páro. Tenho de marcar a minha viagem. Está feito. Amesterdão, Praga, Londres. Só ainda não tenho o bilhete de regresso. 15 dias em três cidades. Em Dezembro. Antes do natal. Até lá tenho de entregar o projecto de dois anos. Quero mesmo terminar este ciclo.
Ponho um disco de Anywhen e recomeço o discurso. Saudades. Apetece ligar, mas estou bem comigo. Os meus dias são feitos de escolhas. de sensações, de músicas. Esta ("Scars and Glasses") deixa-me feliz por conseguir sorrir só com a beleza de um som. Acho que me vou deitar nos meus lençois azuis e deixar-me levar.

sábado, 4 de outubro de 2008

sensações

Sinto a liberdade em mim. Sorrio muitas vezes sem saber porquê. Adoro a música que descobri hoje. Acabo de ver a ecografia que mostra as 10 semanas de vida do meu sobrinho.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

respiração

inspiro, expiro... respiro. sinto o sono a chegar e quase adormeço a sorrir. gosto de me sentir assim. livre. sonhadora. sonolenta.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

oops...

A minha casa, um disco do Chico Buarque e uma chávena de leite com chocolate... pena ser o ambiente perfeito para ficar submersa no trabalho.. uma noite mais.
estou realmente cansada, mas falta pouco...  Normalmente percebo que estou muito cansada quando começo a fazer coisas dementes, tipo perceber que um copo vai cair, mas não conseguir ter reflexos para o segurar, entornar uma caixa inteira de oregãos no chão, esquecer-me recorrentemente de coisas que tenho combinadas... e a cereja em cima do bolo é: enfiar uma torradeira no frigorífico e só quando estou a fechar a porta percebo que aquele não é o lugar da torradeira... sim, vou dormir. 

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

frigorífico sentimental

"Eu sou um frigorífico sentimental". Estava a trabalhar e a ouvir a radar, quando de repente ouço esta expressão. Comecei a divagar. Podemos interpretar de duas formas. Podemos pensar que quando sente algo, a pessoa o quer guardar e conservar de alguma forma, então guarda-o no "seu frigorífico", onde quer que ele esteja em nós; ou pode ser uma pessoa que tem dificuldade em sentir, que o evita, ou simplesmente é assim, pouco ávido de sentir, que nutre poucos sentimentos pelo outro ou até mesmo por si próprio.
A primeira surge de uma visão mais romântica da vida, a outra é mais real. Comecei a pensar em pessoas assim, a passar na minha cabeça imagens de momentos em que sentimos que estamos perante um frigorífico sentimental em forma humana. Divagações. Existem mesmo frigoríficos sentimentais, acho até que esta palavra poderia ser incluída nas nossas expressões ideomáticas, ou então da nova língua, aquela da sociedade actual em que foder o outro faz parte das prioridades da maior parte das pessoas. Ressabiada?Talvez um pouco irritadiça. Mas contente por ter essa consciência da necessidade de afastamento o mais possível desses congeladores sentimentais. Mesmo que fosse um daqueles que quer conservar tudo, talvez prefira a fugacidade e a intensidade dos sentimentos. i'm really in the mood for feel. 

vou ser ti-tia!

é a loucura! vou mesmo ser tia. um sorriso do tamanho do mundo ninguém me tira! acho que já vai nascer com ar de artista. e ver o sorriso na cara dos que mais gostamos é tão bom. e surgem assim estas notícias, ultimamente com mais frequência.

já não me lembrava como este vídeo é bom.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

"A criação" by irina & rui

ver a minha única irmã de olhos azuis a espalhar sorrisos pelo mundo é algo único. melhor que vê-la assim, é olhar para esta imagem e sentir o que sinto. és única miúda.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

sentir. nada mais. pelo menos enquanto não o sentir.

as pessoas esperam sempre demais de nós. porque não podemos apenas sentir? e bueno... nada más. olha, suspiro ao teu ouvido o que me apetecer e não aquilo que queres ouvir. merda de expectativas. a vida são dois dias e o carnaval são três. nada más. o que vale é que há sempre boa música. sempre.

uma música incrível: i'm in the mood

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Rebuçados de cereja e chuva miudinha

Sair cedo do trabalho e ainda apanhar a sessão do fim de tarde no cinema é um luxo. Gosto cada vez mais dele. 
Os ciclos do Nimas, com as reposições, são uma invenção fantástica dos senhores programadores. Revi o "My blueberry nights" enquanto comia rebuçados de cereja. E o perfume da rapariga que estava ao meu lado era bom (ficou-me na cabeça porque é difícil gostar de um perfume de mulher que não o meu. Uso o mesmo há anos e anos...).

Saí da sala com a sensação de ter gostado ainda mais do filme, do que da primeira vez que o vi. Gosto de rever filmes e ver coisas que não tinha visto da primeira vez, pelo menos não daquela forma.
Saí e chovia. Bem, não chovia mesmo, era aquela chuva miudinha. As pessoas chamam-lhe chuva "molha parvos" e dizem que é irritante. Eu cá gosto dela assim, miudinha, a bater-nos na cara quando andamos pelas ruas e a deixar-nos os cabelos despenteados. Gosto dela assim, porque não? 
Também gosto sempre do primeiro dia em que chove, depois dos meses mais intensos de verão. Se é Setembro, então, ainda gosto mais. Faz-me logo lembrar o cheiro dos lápis afiados, dos livros novos, que já tinha folheado nas férias de verão, e o regresso à escola. Estes dias deixam-me sempre sorridente.

favorite girl.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

instável.

hoje passei por imensos estados. Senti-me sonolenta, esfomeada, encalorada, friorenta, bem disposta, dançável, motivada e desmotivada.
no fundo: instável. adormeci ao final da tarde e acordei com uma vontade inexplicável de chorar. talvez sejam os sonhos. esses que povoam a minha alma.

notícia do dia: Roisin Murphy em Portugal.

oh god... she's back.
Roisin Murphy vai estar na sessão Clubbing de Outubro, na Casa da Música, marcada para o dia 31.

mas entretanto ouvi esta e ficou...

este homem é brutal. simplesmente... eu casava..

hoje acordei com esta música na alma...

domingo, 31 de agosto de 2008

o tejo ao amanhecer

desesperar de manhã por um sumo de laranja natural. ver o rio ao amanhecer. dançar até ser dia. não acontecia há muito. muito bom. inesperado.

turn me on.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Limites do corpo

O nosso organismo reage das mais incríveis formas aos nossos pensamentos, ou à forma como nos encaramos a nós próprios. Basta pensar que há dois anos atrás quando ficava com dores da garganta, era certo que iria ficar de cama, tomar antibiótico e choramingar de dores. Certo é, também, que tirei as amígdalas depois de diagnosticada uma amigdalite crónica há dois anos e tal.. mas há mais coisas: as faringites, as laringites e outras coisas acabadas em "ites". 
A verdade é que, hoje, quando sinto que estou com dores de garganta, penso nas razões que podem levar o meu organismo a reagir desta forma. Fora o facto do ar condicionado do escritório atingir temperaturas que deviam ser proibidas e que nos fazem desejar estar o tempo todo de férias numa praia com muito calor, existem também os pensamentos menos positivos que devíamos exteriorizar, ou pelo menos deitar fora através da posição do leão. O corpo tem limites e quando está cansado, no meu caso, avisa-me através da garganta. Ou será antes uma forma reflexiva da incapacidade momentânea de comunicar? 
Sinto-me muito melhor e tudo sem antibióticos ou outras coisas mais. Talvez apenas precisasse de o ouvir, a ele, ao corpo. 

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Acordar

Acordar de manhã e beber um sumo de laranja natural. ir trabalhar só porque tem mesmo de ser.. e passar o dia a pensar naquela música.. Eu só quero é ser feliz..

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Contornos de mim

Aprender a dizer "não". Definir, no processo de auto-conhecimento e de desenvolvimento da própria consciência, no sentido de ter consciência de si enquanto indivíduo e enquanto ser que escolhe. É isto que estou a viver. Saber onde começo e onde acabo. Onde termina a minha esfera, onde deixo de ser eu para ser o outro. E nesse momento dizer não. Dizer não a esses fluxos que não fazem parte de mim e que a certo momento podem passar pela minha esfera enérgica. Deixo sentir, deixo-me sentir, mas defino; pelo menos tento tomar consciência; aquilo que quero ou deixo de querer. Sem medos. Sem merdas. Talvez até possa senti-lo algumas vezes, mas sei que faz parte e não deixo que isso me assuste demasiado. Hoje, por exemplo, sentia-me ansiosa. Sabia exactamente porquê e em vez de deixar que essa sensação tomasse conta de mim, olhei para ela e vi o seu tamanho. Era mais pequena que eu. Deixou de ser um problema, tomei conta dela, guardei-a e usei-a para perceber o que me deixava assim, reflectir sobre isso. Defino os meus contornos. Aprendo-os. Gosto da sensação. 

Aquele querido mês de Agosto...

Terminar o fim de semana com um bom filme no cinema: há muito que não o fazia. Foi inesperado e, por isso, ainda melhor. Se ainda não foram ver “Aquele querido mês de Agosto”, vão, mas preparem-se para sair da sala a achar que a música cantada pelo Dino Meira afinal faz sentido; para sair com vontade de ir passar uns dias numa daquelas aldeias, como Coja, e ver o Paulo a saltar da ponte romana. Miguel Gomes, realizador do filme, consegue-o com uma mistura de ficção e documentário. A história que conta a paixão de Hélder e Tânia, os primos que se apaixonam no Verão, naquele querido mês de Agosto, é simples e própria desses lugares tão longe da urbe onde os beijos começam depois de canções com as quais as pessoas rodopiam nos bailaricos. A segunda longa-metragem de Miguel Gomes é daquelas cheias, onde não falta nada, porque nos dá o riso através das histórias que vão chegando pela boca das pessoas da aldeia; e nos dá a magia de uma história simples na visão de um citadino que consegue mostrar-nos esta realidade sem preconceitos. Hum... “Aquele querido mês de Agosto” visto num domingo à noite, seguido de um passeio em que sinto outra vez o vento nos meus cabelos...

Ode à Alice

O vento soprava forte, mas fomos à praia na mesma. Queria partilhar o sorriso desta criança, que muito me fascina com a sua generosidade e o que nos oferece, sem pedir nada em troca. Talvez seja a sua mãe, que com a sua magia e dedicação, faça da Alice uma pessoa tão especial. Acho que é o conjunto das duas. E sentir novamente os cabelos salgados e cheios de areia trazida pelo vento, mas também pelas mãos da pirralha que gosta de brincar; ver este sorriso e ficar com os braços cansados dela trepar pelas nossas pernas enquanto pede: "só mais uma vez!", tem de facto um sabor especial.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Subscrevo e, por isso, cito

Um amigo escreveu recentemente; e no meio de coisas encontrei o texto e reli-o. Fez tanto sentido que me apetece partilhar. Também porque é uma ode às sensações.
"Largar Aqui, Agarrar Ali"
Quando se perde alguém, há muita coisa que com a pessoa se perde também. Mas as imagens ficam, as histórias contam-se vezes sem conta, as cartas lêem-se uma e outra vez, os sítios permanecem. Porém, há uma coisa que, inevitavelmente, se vai perdendo e não há maneira de "recarregar". Essa coisa é a memória do toque. Uns cabelos lisos ou encaracolados, umas mãos ásperas ou suaves, uma pele macia, um abraço forte, ou uma festa na cabeça. A memória do toque desaparece com o tempo, mais cedo ou mais tarde, e não há como guardá-la numa gaveta, como se faz com um objecto. Por isso, deixem de ser tão agarrados. Deixem de se agarrar tanto às coisas e agarrem-se mais às pessoas. Literalmente. Toquem mais, abracem mais, beijem mais. Dizer que se gosta de alguém é bom, mas dar um abraço é melhor. Porque as coisas ficam. As pessoas não.
Publicada por jota em opiniões sobre isso a 10/08/2008

Sensações de Verão


Sempre tive gosto pela escrita. Quando era ainda mais minúscula que hoje escrevia quase todos os dias, mesmo que em guardanapos de papel, em esplanadas, enquanto os adultos conversavam. E à noite, lia, nem que fosse só uma página, às vezes só umas frases. Talvez seja por isso que sonho tanto durante a noite, ficam palavras e ambientes literários no subconsciente.. E gosto de sentir. Sou muito ligada às sensações. À da água do mar, fria, a tocar-me os dedos dos pés, ao sol quente sobre as costas, ao toque humano, ao toque de uns lábios, num beijo.
Este beijo por exemplo é, provavelmente, um dos beijos mais bonitos do cinema nos últimos tempos. Tudo à volta desse momento.
E o verão é tão dado a sensações das quais tenho saudades durante todo o inverno. Aí virão outras...

Imagem: Momento em que os lábios se aproximam - "My Blueberry Nights" de Wong Kar-Wai; para ver ou rever no cinema Nimas, dias 2 e 3 de Setembro; integrado no ciclo "Um ano de cinema (s)"