Um amigo escreveu recentemente; e no meio de coisas encontrei o texto e reli-o. Fez tanto sentido que me apetece partilhar. Também porque é uma ode às sensações.
"Largar Aqui, Agarrar Ali"
Quando se perde alguém, há muita coisa que com a pessoa se perde também. Mas as imagens ficam, as histórias contam-se vezes sem conta, as cartas lêem-se uma e outra vez, os sítios permanecem. Porém, há uma coisa que, inevitavelmente, se vai perdendo e não há maneira de "recarregar". Essa coisa é a memória do toque. Uns cabelos lisos ou encaracolados, umas mãos ásperas ou suaves, uma pele macia, um abraço forte, ou uma festa na cabeça. A memória do toque desaparece com o tempo, mais cedo ou mais tarde, e não há como guardá-la numa gaveta, como se faz com um objecto. Por isso, deixem de ser tão agarrados. Deixem de se agarrar tanto às coisas e agarrem-se mais às pessoas. Literalmente. Toquem mais, abracem mais, beijem mais. Dizer que se gosta de alguém é bom, mas dar um abraço é melhor. Porque as coisas ficam. As pessoas não.
Sem comentários:
Enviar um comentário