Sinto-me diferente. Em mudança mesmo. Todo um corropio de sentimentos, mas com os quais começo a saber lidar, pelo menos não me angustiam como antes. O regresso à cidade (não que não tenha passado tempo noutros lugares também denominados de cidades, mas a cidade enquanto lugar de rotina, de desenvolvimento social e profissional como o é Lisboa neste momento para mim) mexe sempre comigo. O retorno a estas coisas habituais da minha vida quotidiana foi tranquilo, dentro da tranquilidade possível, por estar a aprender a ouvir o meu corpo. Ouvir-me é o caminho para conseguir estar bem comigo.
A casa volta a ser um espaço de conforto e o trabalho um lugar onde posso extravasar enquanto indivíduo social e onde existe aprendizagem e partilha, pelo menos na minha forma de o ver actualmente. Claro que existe rotina, claro que existem obstáculos a esta vontade de aprender e que nos atiram para caminhos que nos foram ensinados como normais, mas essa normalidade poderá ser rompida pela forma como a aceitamos, ou rejeitamos, pelo menos dentro de nós, mesmo que para os outros seja entendido como enquadrado na normalidade.
Existem projectos pessoais por terminar, para me poder libertar de algumas amarras que já me prendem mais do que me realizam, para poder partir para outras coisas que já fazem parte de listas de coisas que quero muito fazer. É nisso que me foco agora, deixo a marinar um pouco em gengibre aquilo que quero fazer depois e cozinho já aquilo que sei que quero terminar. E no meio deste rodopio de decisões, vou-me descobrindo, vou-me ouvindo e deixo fluir os sentidos.
Vou deixar crescer mais o cabelo, que agora me incomoda quando o vento sopra demasiado, pensando já no verão que chegará e que me permitirá sentir os caracóis secos ao sol nas minhas costas. E ouço música que trouxe dessa viagem.
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