quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A cidade das bicicletas

(03.12.2008) Acordar e seguir rumo ao centro. Primeiro pensamento do dia ao olhar pela janela com um sorriso: incrível, o sol brilha tímido, a derreter a neve que repousa sobre os passeios. Vou arranjar uma bicicleta e passear como se não houvesse amanhã. Compro maçãs vermelhas a um senhor pouco simpático perto da estação de comboios e penso: nada me vai chatear hoje.
Amsterdão de bicicleta é ainda mais bonita que a pé. Vagueio pelos canais até chegar à praça dos museus. Decido rever o RIJKS, porque quando lá fui era minúscula e não me lembro bem, mas apesar da importância histórica dos pintores aqui expostos, saio vazia. As salas cheias de quadros não me comunicaram nada de novo e nada que fizesse sentido. Apanho um café e um muffin de amora (uau. poderia rapidamente ficar viciada) e enrolo um cigarro. Decido voltar ao Van Gogh Museum e no caminho descubro uma escola com uma "macaca" com 1o números em vez de 7. Fico espantada e tento um. Lembranças de infância. Um jovem holandês diz que são 1o porque eles são grandes. Talvez faça sentido. A última vez que fui a este museu adorei. E lembro-me de tudo, mas apetece-me regressar e ficar a olhar uma vez mais a genialidade deste homem. 
Uma das coisas que reparei hoje foi o facto de muitas destas casas acolhedoras serem escritórios. E só penso: eles são inteligentes. A qualidade de vida deve melhorar brutalmente a trabalhar aqui.. e penso nas torres cheias de open spaces onde trabalhamos, com vista para o eixo norte-sul. Why? 
No regresso a casa passo pela casa de Anne Frank e perco-me uma vez mais nos canais desta cidade, de bicicleta. Acho que grande parte da magia desta cidade vem destes veículos. Lembro-me do Paulo e das suas teorias-práticas. Lisboa seria ainda mais bonita com mais bicicletas a perderem-se pelas ruas. Cozinhei para as "crianças" e depois refugiei-me em mim e na escrita. A música faz-me falta quando escrevo e agora não resisto e ouço umas quantas enquanto lanço palavras ao vento. 
Só preciso de ser fiel a mim. Cada vez estou mais certa disto. 

1 comentário:

Ana Red Nose disse...

Olá!
Bela narração!
Já percebi que estás zen! :)

Beijos e goza muito!

Ana