domingo, 31 de agosto de 2008
o tejo ao amanhecer
desesperar de manhã por um sumo de laranja natural. ver o rio ao amanhecer. dançar até ser dia. não acontecia há muito. muito bom. inesperado.
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Limites do corpo
O nosso organismo reage das mais incríveis formas aos nossos pensamentos, ou à forma como nos encaramos a nós próprios. Basta pensar que há dois anos atrás quando ficava com dores da garganta, era certo que iria ficar de cama, tomar antibiótico e choramingar de dores. Certo é, também, que tirei as amígdalas depois de diagnosticada uma amigdalite crónica há dois anos e tal.. mas há mais coisas: as faringites, as laringites e outras coisas acabadas em "ites".
A verdade é que, hoje, quando sinto que estou com dores de garganta, penso nas razões que podem levar o meu organismo a reagir desta forma. Fora o facto do ar condicionado do escritório atingir temperaturas que deviam ser proibidas e que nos fazem desejar estar o tempo todo de férias numa praia com muito calor, existem também os pensamentos menos positivos que devíamos exteriorizar, ou pelo menos deitar fora através da posição do leão. O corpo tem limites e quando está cansado, no meu caso, avisa-me através da garganta. Ou será antes uma forma reflexiva da incapacidade momentânea de comunicar?
Sinto-me muito melhor e tudo sem antibióticos ou outras coisas mais. Talvez apenas precisasse de o ouvir, a ele, ao corpo.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Acordar
Acordar de manhã e beber um sumo de laranja natural. ir trabalhar só porque tem mesmo de ser.. e passar o dia a pensar naquela música.. Eu só quero é ser feliz..
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Contornos de mim
Aprender a dizer "não". Definir, no processo de auto-conhecimento e de desenvolvimento da própria consciência, no sentido de ter consciência de si enquanto indivíduo e enquanto ser que escolhe. É isto que estou a viver. Saber onde começo e onde acabo. Onde termina a minha esfera, onde deixo de ser eu para ser o outro. E nesse momento dizer não. Dizer não a esses fluxos que não fazem parte de mim e que a certo momento podem passar pela minha esfera enérgica. Deixo sentir, deixo-me sentir, mas defino; pelo menos tento tomar consciência; aquilo que quero ou deixo de querer. Sem medos. Sem merdas. Talvez até possa senti-lo algumas vezes, mas sei que faz parte e não deixo que isso me assuste demasiado. Hoje, por exemplo, sentia-me ansiosa. Sabia exactamente porquê e em vez de deixar que essa sensação tomasse conta de mim, olhei para ela e vi o seu tamanho. Era mais pequena que eu. Deixou de ser um problema, tomei conta dela, guardei-a e usei-a para perceber o que me deixava assim, reflectir sobre isso. Defino os meus contornos. Aprendo-os. Gosto da sensação.
Aquele querido mês de Agosto...
Terminar o fim de semana com um bom filme no cinema: há muito que não o fazia. Foi inesperado e, por isso, ainda melhor. Se ainda não foram ver “Aquele querido mês de Agosto”, vão, mas preparem-se para sair da sala a achar que a música cantada pelo Dino Meira afinal faz sentido; para sair com vontade de ir passar uns dias numa daquelas aldeias, como Coja, e ver o Paulo a saltar da ponte romana. Miguel Gomes, realizador do filme, consegue-o com uma mistura de ficção e documentário. A história que conta a paixão de Hélder e Tânia, os primos que se apaixonam no Verão, naquele querido mês de Agosto, é simples e própria desses lugares tão longe da urbe onde os beijos começam depois de canções com as quais as pessoas rodopiam nos bailaricos. A segunda longa-metragem de Miguel Gomes é daquelas cheias, onde não falta nada, porque nos dá o riso através das histórias que vão chegando pela boca das pessoas da aldeia; e nos dá a magia de uma história simples na visão de um citadino que consegue mostrar-nos esta realidade sem preconceitos. Hum... “Aquele querido mês de Agosto” visto num domingo à noite, seguido de um passeio em que sinto outra vez o vento nos meus cabelos...
Ode à Alice
O vento soprava forte, mas fomos à praia na mesma. Queria partilhar o sorriso desta criança, que muito me fascina com a sua generosidade e o que nos oferece, sem pedir nada em troca. Talvez seja a sua mãe, que com a sua magia e dedicação, faça da Alice uma pessoa tão especial. Acho que é o conjunto das duas. E sentir novamente os cabelos salgados e cheios de areia trazida pelo vento, mas também pelas mãos da pirralha que gosta de brincar; ver este sorriso e ficar com os braços cansados dela trepar pelas nossas pernas enquanto pede: "só mais uma vez!", tem de facto um sabor especial.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Subscrevo e, por isso, cito
Um amigo escreveu recentemente; e no meio de coisas encontrei o texto e reli-o. Fez tanto sentido que me apetece partilhar. Também porque é uma ode às sensações.
"Largar Aqui, Agarrar Ali"
Quando se perde alguém, há muita coisa que com a pessoa se perde também. Mas as imagens ficam, as histórias contam-se vezes sem conta, as cartas lêem-se uma e outra vez, os sítios permanecem. Porém, há uma coisa que, inevitavelmente, se vai perdendo e não há maneira de "recarregar". Essa coisa é a memória do toque. Uns cabelos lisos ou encaracolados, umas mãos ásperas ou suaves, uma pele macia, um abraço forte, ou uma festa na cabeça. A memória do toque desaparece com o tempo, mais cedo ou mais tarde, e não há como guardá-la numa gaveta, como se faz com um objecto. Por isso, deixem de ser tão agarrados. Deixem de se agarrar tanto às coisas e agarrem-se mais às pessoas. Literalmente. Toquem mais, abracem mais, beijem mais. Dizer que se gosta de alguém é bom, mas dar um abraço é melhor. Porque as coisas ficam. As pessoas não.
Sensações de Verão
Sempre tive gosto pela escrita. Quando era ainda mais minúscula que hoje escrevia quase todos os dias, mesmo que em guardanapos de papel, em esplanadas, enquanto os adultos conversavam. E à noite, lia, nem que fosse só uma página, às vezes só umas frases. Talvez seja por isso que sonho tanto durante a noite, ficam palavras e ambientes literários no subconsciente.. E gosto de sentir. Sou muito ligada às sensações. À da água do mar, fria, a tocar-me os dedos dos pés, ao sol quente sobre as costas, ao toque humano, ao toque de uns lábios, num beijo.
Este beijo por exemplo é, provavelmente, um dos beijos mais bonitos do cinema nos últimos tempos. Tudo à volta desse momento.
E o verão é tão dado a sensações das quais tenho saudades durante todo o inverno. Aí virão outras...
Imagem: Momento em que os lábios se aproximam - "My Blueberry Nights" de Wong Kar-Wai; para ver ou rever no cinema Nimas, dias 2 e 3 de Setembro; integrado no ciclo "Um ano de cinema (s)"
Imagem: Momento em que os lábios se aproximam - "My Blueberry Nights" de Wong Kar-Wai; para ver ou rever no cinema Nimas, dias 2 e 3 de Setembro; integrado no ciclo "Um ano de cinema (s)"
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