quinta-feira, 3 de março de 2011

branca

existem momentos em que percebemos que tudo aquilo em que acreditamos pode ser posto em causa, tudo aquilo que achamos que sentimos ou que achamos que sentimos deixa de fazer sentido e nos perguntamos o que raio é que estamos aqui a fazer, neste plano? sinto-me em palco mas fora de personagem, como se me tivesse esquecido do texto ou tivesse de olhar para o que me caracteriza enquanto personagem para me lembrar qual é o movimento que se segue. há padrões emocionais que se repetem na nossa vida, vão-se repetindo ao longo dos tempos. mas há alguns que não quero mesmo vivê-los de novo, olho-os a chegar e penso: not again... not this time. por achar que já os resolvi, por achar que mereço melhor do que isso, ou que mereço pior do que isso, só não mereço isso outra vez. és criança e pensas: "quando for grande nunca vou ter de viver este tipo de coisas..." e oh... de repente és grande e lá estão elas a acenar... mas tu já és grande e tens a capacidade de olhá-las de fora e mesmo que te sintas a vacilar numa zona que apesar de tudo já conheces, mesmo que não gostes... não vai dar, as lágrimas escorrem pela cara, a luz sobre ti e tu pensas "foda-se será que alguém me pode dar a deixa...?" talvez isto seja um monólogo, penso. de certeza que é um monólogo, ninguém responde, porque no fundo há sempre medo da exposição total... há uma necessidade de mandar cá para fora, mas o medo do que os outros pensam... penso de mais diz o moon. é verdade. tudo demasiado na cabeça. demasiado sensível, ao mundo. é por isso que o que escrevo não é claro, não é factual. no fundo vem daí, acho. dessa necessidade de falar, mas da existência de um filtro qualquer em mim mesma. quando for grande vou ser uma pessoa melhor, mais clara. mas no fundo sei que somos nós próprios que nos colocamos nas situações que não queremos viver. a responsabilidade é minha, e só minha. e a responsabilidade de sair do que não gosto só pode ser minha também.

1 comentário:

Anónimo disse...

quando se tem uma branca em palco improvisa-se ou respira-se e procura-se no ambiente envolvente o "caminho perdido". está na altura de não pedir ajuda. tomar decisões, ser clara mesmo na duvida. e sim, é necessario tomar partidos, o partido da tua vontade e assumi-la.