Passou exactamente um mês. precisei deste silêncio, não me apetecia dar ao mundo e toda a energia estava focalizada na recuperação e na célula a quem perguntei há uns tempos: "queres ficar comigo?".
Deste tempo que passou não tenho grandes balanços a fazer, apenas que a mudança das circunstâncias, uma situação de fragilidade e doença nos muda, muda aquilo que somos nesse momento, muda a nossa perspectiva da vida, testa a nossa força e as nossas capacidades.
Agora tudo parece estar a caminhar para uma harmonia qualquer. Estou finalmente a reagir a um sentimento de inércia que se estava a apoderar de mim, o pensamento de "tenho 1001 coisas para fazer", mas na prática não avançar com nenhuma. Talvez até a paragem da escrita venha daí.
Hoje entreguei a minha tese de mestrado. Um longo e doloroso processo. Terminou, estou contente por isso. Faltará apenas defendê-la com unhas e dentes, quando for oportuno.
Hoje, ao fim do dia, caminhei pela cidade e pensei, deixei-me levar pelos passos e pelos sons da cidade ao início da noite e deixei que os pensamentos viessem, sem filtros.
Hoje sinto-me particularmente cansada, mas com a sensação de que arranquei, estou a deixar de patinar na lama... alguns processos terminam, outros retomam-se, outros iniciam-se.